Aplicar medidas inclusivas no ambiente de trabalho é um desafio. Não apenas por ser necessário efetivar uma transformação na cultura da empresa, mas também porque muitas vezes, as tarefas que precisamos realizar para atender aos valores de diversidade não são as atividades que costumamos fazer no dia a dia. Em outras palavras, para praticar a inclusão é preciso sair da zona de conforto.
Há uma expressão que ficou famosa, citada por Vernã Myers, estrategista de inclusão da Netflix, que explica muito bem a diferença entre a diversidade e a inclusão: “Diversidade é chamar para a festa, inclusão é tirar a pessoa para dançar”. E o que isso significa? Isso quer dizer que, recentemente, tanto as empresas, como a sociedade de modo geral, passaram a debater a importância de contar com pessoas diversas ocupando todos os lugares. Mas isso não significa que os ambientes estejam preparados para fazer com que esses grupos se sintam pertencentes.
E o que é pertencer a um ambiente corporativo? Segundo o estudo Global Recruiting Trends, realizado pelo LinkedIn, o pertencimento é o sentimento de segurança psicológica que permite ao colaborador ter a motivação para fazer o melhor trabalho possível. Ou seja, se a pessoa não se sentir aceita, provavelmente não conseguirá fazer entregas e poderá deixar a empresa em pouco tempo.
Foi pensando em trazer esse debate para a Inteligov que Aline Pereira, responsável pela área de Endomarketing e Co-Head de Diversidade e Inclusão (D&I), propôs a ideia de pensar em ações conjuntas que de fato pudessem promover a inclusão na startup.
“Notei que na época pouco se falava sobre o assunto, já que o modelo de negócio das startups são mais enxutos. Começamos com debates semanais para provocar cada Inteligente a pensar sobre o tema.” destaca Aline.
Na ocasião, Aline sugeriu que a equipe colocasse a “mão na massa” e que a Inteligov se comprometesse com as pautas de diversidade e inclusão. Alguns profissionais da área de Relações Institucionais e Governamentais, que possuem afinidade com o tema, foram convidados para conversar e enriquecer o debate inicial. Já naquele primeiro momento das discussões, ficou claro que as empresas que investem em pautas diversas possuem uma vantagem competitiva, além de oferecerem o bem-estar e sentimento de pertencimento. Nascia então, em 2021, o Eixo Somos, área de D&I da Inteligov.
Pouco tempo depois, Juliana Gomes foi a primeira pessoa contratada pela startup por meio de uma vaga exclusiva para mulheres pretas. Já nas primeiras semanas, a identificação com o trabalho desenvolvido pela área de D&I chamou a atenção da analista de growth marketing, que passou a participar do projeto.
No início de 2022, veio o convite oficial para que a nova Inteligente dividisse a liderança do Eixo Somos, tornando-se Co-Head de Diversidade e Inclusão junto com Aline. Recentemente, Juliana assumiu o cargo de Diretora de Marketing, fato que destaca a importância de se valorizar as vagas inclusivas e a representatividade das lideranças.
“Hoje um dos valores que mais busco nas empresas é o olhar para a diversidade e inclusão, e um ambiente que seja literalmente acolhedor e que te dê a oportunidade de crescimento.” pontua Juliana.
Aplicando D&I à tecnologia
Após a estruturação do Eixo Somos, a Inteligov cresceu e mais colaboradores se mostraram dispostos a fazer com que as ações inclusivas tomassem forma. É neste momento que muitas empresas percebem as dificuldades de colocar em prática as atividades que não fazem parte da rotina de trabalho.
Para isso, as responsáveis pelo Eixo Somos pensaram em uma solução: a formação de comitês. O principal objetivo dos comitês é o de desenvolver ações que conversem com todos os grupos de afinidade, buscando a colaboração dos colaboradores para que se sintam parte dos projetos.
Foram formados então quatro comitês: Educação, Comunicação, Político – Institucional e Inovação. Todos os colaboradores foram convidados para participar e escolher em qual comitê gostariam de atuar. A ideia era que cada comitê desenvolvesse projetos capazes de traduzir os conceitos de diversidade e inclusão na prática.
Foi assim que o Comitê de Inovação surgiu com a ideia de desenvolver features inclusivas. Após participar de um curso sobre CSS, Danielle Luisa, Desenvolvedora Front-End, percebeu como seria benéfico trocar, na plataforma Inteligov, o pixel (PX) pelo REM, já que é uma unidade de medida que se adapta melhor às configurações do navegador e poderia facilitar a visualização para quem precisa de fontes maiores. Rapidamente o time aprovou a ideia e iniciaram o trabalho.
“O processo não chegou a ser difícil mas foi repetitivo, já que tinha que ser aplicado em toda a plataforma. No final foi muito legal ajudar quem tem essa dificuldade, então acabou sendo bastante recompensador.” afirma Danielle.
Lucas Piffer, Chief Product and Technology Officer (CPTO), ressaltou ser fundamental praticar o exercício de reflexão para construir caminhos que tornem o produto mais relevante do ponto de vista de D&I. Piffer ainda pontua que um incentivo para colocar em prática o desenvolvimento de funcionalidades, que podem ser determinantes na superação de barreiras físicas e sociais, é o empoderamento das pessoas que confiam nas soluções oferecidas pela Inteligov para conduzirem seu trabalho.
“A informação tem que ser entregue de forma fácil para todos, em um formato que permita que qualquer pessoa construa a melhor estratégia na área de RelGov.” destaca Lucas.
Colocar em prática a funcionalidade fez com que todos os colaboradores entendessem que as ações inclusivas podem ser construídas, tanto para serem utilizadas no ambiente em que atuam, como para alcançar pessoas que precisam contar com o produto da empresa. Essa experiência já fez com que outras ideias fossem desenhadas, para que o time da Inteligov combine D&I à tecnologia.
O que fazem as grandes empresas?
Conforme o ranking feito pela Refinitiv, em 2021, há 100 empresas no mundo que promovem diversidade e inclusão no seu local de trabalho. Um dos exemplos brasileiros, e que ocupa o 87º lugar, é o Grupo Fleury, uma das maiores organizações de saúde do país, e que atualmente conta com a sua Política de Valorização da Diversidade. Entre as ações propostas pela empresa foram formados os Grupos de Afinidade, cujo objetivo é lidar com temas específicos em prol do conhecimento e comunicação aprofundada, como por exemplo a Liderança Feminina (Gênero), o Prisma (LGBTQIAP+) e o Uzoma (Étnico-racial).
Em 19º lugar na lista está a TIM, empresa de telefonia brasileira que possui uma extensa política de diversidade e inclusão. Além da preocupação no momento do recrutamento, seleção e liderança de pessoas, a organização possui regras relacionadas à equidade salarial e desenvolvimento e sucessão de cargos visando a não repetição de padrões raciais, gênero e orientação sexual.
Eles também contam com um Comitê de Diversidade e Inclusão responsável por deliberar, gerenciar e monitorar as iniciativas de diversidade e inclusão, garantindo a disseminação e evolução da cultura inclusiva na companhia. A TIM se destaca por diferentes iniciativas e indicadores, como a presença de mulheres no Conselho de Administração – a empresa é uma das companhias da B3 com maior representatividade feminina, impulsionando também os fatores ESG.
E, em 1º lugar do ranking está a empresa Gap Inc, maior varejista de roupas dos Estados Unidos e que conta com uma mulher indiana como CEO. Visando melhorar as práticas inclusivas, a Gap Inc criou o Sense of Belonging Index que mede, por meio de pesquisa, a conexão entre times e a sensação de pertencimento. Igualmente, possuem o Equality & Belonging Dashboard, onde os líderes possuem acesso aos dados do colaborador, insights e os sentimentos dos seus funcionários.
Visualizar os dados dessa maneira permite uma maior transparência relacionada ao processo de seleção e recrutamento para aumentar a representatividade de minorias. São essas informações que permitem saber a porcentagem de mulheres, indígenas, negros, a comunidade LGBTQIAP+ e etc, bem como onde eles estão localizados dentro da empresa.
Este conteúdo foi desenvolvido em parceria com o Eixo Somos e contou com a participação dos comitês de Comunicação e Inovação.
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