Em meio a um cenário político instável e a necessidade de atuar sobre a defesa de interesses, saber identificar os atores que participam dos debates influenciam decisões e são responsáveis pelos resultados é fundamental para a atividade dos profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG). Contudo, mapear os stakeholders e fazer o gerenciamento de cada um deles é um grande desafio.
O conceito de stakeholder foi criado na década de 1960, por Robert Freeman, e diz respeito a “grupos que sem seu apoio a organização deixaria de existir”. Derivado do inglês, o termo é composto por “stake”, que significa “bastão”, e “holder”, que pode ser compreendido como “a pessoa que possui algo” — em tradução livre. Ou seja, um stakeholder nada mais é do que um indivíduo, seja ele pessoa física ou jurídica, que possui um interesse e é impactado pelas ações de uma determinada companhia.
Dentro das organizações, classificamos os stakeholders de acordo com sua atuação. Sendo assim, os internos são diretores, gestores, acionistas e todo o quadro de colaboradores. Já os externos são agentes públicos, clientes, familiares de colaboradores, fornecedores, movimentos sociais e a comunidade que é impactada pela companhia.
Independentemente da atuação de cada stakeholder, o objetivo central é gerar valor, tanto à organização como à sociedade em geral. Todos esses atores possuem grande relevância na tomada de decisão, uma vez que detêm interesses e demandas que impactarão esse processo e passam, ainda, a influenciar diretamente as decisões estratégicas da empresa.
Nesse sentido, entender o papel dos stakeholders, considerando o contexto de cada organização, é essencial para determinar a criação de estratégias por parte dos profissionais de RIG e sua consequente atuação por meio do lobby. Para isso, no entanto, é crucial investir no mapeamento de stakeholders.
Tendo em vista a importância de identificar os stakeholders para orientar a elaboração de estratégias mais certeiras, seja para empresas públicas ou privadas, o mapeamento desses agentes surge como ferramenta fundamental para entender o funcionamento dos grupos e, a partir disso, encontrar a melhor maneira de lidar com cada um deles.
Como existem diversos tipos de papéis a serem desempenhados pelos stakeholders, é importante trabalhar com a divisão entre eles, separando os agentes internos e externos para segmentar a atuação, considerando que alguns demandarão atenção especial.
O primeiro passo para dar início ao mapeamento de stakeholders é justamente identificar esses indivíduos. Nesse momento, é importante descrever e registrar todos os atores e classificá-los de acordo com a relevância e o poder de influência que cada um deles desempenha dentro do contexto da organização, estabelecendo um senso de prioridade, para, então, desenvolver um plano de ação específico.
Realizar o mapeamento traz mais elementos para a análise, tornando-a mais valiosa. Por isso, é essencial criar um modelo para a classificação, que vai nortear a atuação. Também é importante abrir debates com especialistas, fazer avaliações e pesquisas, bem como se reunir com as equipes que se relacionam com cada um dos atores envolvidos. Quanto mais dados, melhores serão as decisões tomadas.
Uma vez realizado o mapeamento é imprescindível atuar sobre o gerenciamento dos stakeholders. Vale ressaltar, contudo, que identificá-los de maneira correta, com as suas devidas posições em relação à importância e influência, é fundamental para obter bons resultados enquanto estratégia de comunicação com esses atores e o consequente sucesso da companhia em sua atuação.
O desenho de toda a estratégia que os envolve deve ser preciso. Diante da importância que representam é essencial criar mecanismos de gerenciamento que permitam antecipar oportunidades. Com isso, ao traçar todo o mapa de stakeholders e criar um modelo de gestão é possível trazer mais eficiência aos processos. Além disso, ao identificá-los de maneira assertiva também é possível minimizar os riscos para a organização.
Para a gestão de stakeholders, é importante:
Antes de qualquer coisa é fundamental definir a estratégia para realizar a gestão de stakeholders. Ter clareza do caminho que se deve seguir, os passos que deverão ser tomados e os objetivos de toda a ação devem ser contemplados em um plano macro, que detalhe cada etapa do processo.
Ter conhecimento sobre quem são as pessoas que cumprem papel relevante em determinado projeto é essencial para ter uma visão macro do ambiente de influência. Por isso, ao pensar na gestão de stakeholders é fundamental ter clareza sobre o poder de cada um dos agentes para definir as melhores estratégias. Esse reconhecimento possibilitará atuações mais eficientes.
Todo o processo de gestão de stakeholders passa, obrigatoriamente, por uma boa narrativa. Por isso, depois de identificar o público é preciso se ater a uma estratégia específica e saber transmitir as mensagens corretas. Cada indivíduo possui diferentes demandas e é essencial saber se comunicar com cada uma delas.
Conhecer a fundo todas as partes envolvidas minimiza problemas relativos às expectativas que esses atores possuem. Promover um alinhamento constante com cada um deles, de maneira aberta e transparente, evita problemas futuros, como o desgaste da relação do stakeholder com a organização.
Além de diminuir as chances de conflito, é importante mantê-los envolvidos nos projetos da empresa. Para isso, vale manter canais de diálogo abertos, recolher feedbacks e focar na comunicação constante.
O sucesso da atuação está associado à satisfação do stakeholder. Por isso é fundamental monitorar o relacionamento entre as partes envolvidas. Com isso, é possível direcionar e reavaliar a estratégia, se necessário.
Além disso, também é importante realizar ações que apontem para oportunidades e gerenciamento de riscos. Análises dos cenários devem ser realizadas constantemente.
Toda a atividade de uma empresa gera impactos para a sociedade de maneira geral. Do mesmo modo, o posicionamento de stakeholders perante a companhia também traz importantes efeitos para a organização. E é justamente por isso que a gestão desses atores se faz tão primordial aos negócios, uma vez que o seu grau de influência pode ser determinante para a empresa.
Nesse sentido, a habilidade de uma boa gestão é um grande desafio. De acordo com o estudo Relações Governamentais: as competências que o mercado exige, o gerenciamento de stakeholders é uma das competências mais exigidas do profissional de RIG.
Ao abordar atividades mais fortemente correlacionadas, a pesquisa mostra que os principais requisitos são o gerenciamento de stakeholders e a capacidade de interlocução, influência e negociação. Essa gestão figura, ainda, como correlacionada à habilidade de comunicação e advocacy, representação institucional e gerenciamento de riscos.
Considerando a importância da gestão das partes interessadas de uma empresa e sua atividade altamente valorizada pelo mercado, a Inteligov lançou a funcionalidade Inteligov Stakeholders, que permite um gerenciamento de maneira simplificada, organizada e qualificada.
Por meio da funcionalidade, é possível visualizar os vínculos entre os atores que precisam ser acompanhados, enriquecer as informações de contato e redes sociais, além de registrar interações, de forma automática, para criar um histórico de atuação que ajuda a mensurar resultados e estar sempre alinhado com as diretrizes de Compliance.