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  • Foto do escritorAnna Carolina Romano

Mobilização e engajamento da sociedade que busca por mudanças


Título do artigo ao lado de um mega fone com raios, indicando a saída de som

No mais recente evento organizado pela Comunidade Inteligov, um espaço destinado à disseminação de conhecimento e networking na área de relações governamentais, Raphael Caldas, fundador e CEO da Inteligov, conduziu uma conversa esclarecedora com as organizadoras do livro "O Povo no Poder". Ângela Oliveira, Julia Vianna e Mariana Chaimovich, compartilharam suas perspectivas sobre o papel vital do terceiro setor e a necessidade urgente de diálogo para a mobilização e engajamento da sociedade.

Explorando o impacto das relações governamentais


Caldas iniciou o evento destacando a importância do livro "O Povo no Poder" e como ele contribui para uma compreensão mais profunda das complexas relações entre sociedade e governos. Ele ressaltou que a obra oferece um olhar crítico sobre a dinâmica entre diferentes setores, um verdadeiro manual para quem busca compreender e atuar nesse cenário tão dinâmico.


O livro, como explicado por Mariana, é uma das publicações que integra o hall de obras da editora Diálogos, que faz parte do Instituto de Relações Governamentais (Irelgov), entidade que tem como objetivo final ser um espaço para pensar nas atividades do setor. Além de aproximar os profissionais da área, o instituto também contribui para o desenho das boas práticas da profissão, como na participação da regulamentação do lobby no Brasil.

A ideia de organizar o livro veio a partir do momento em que o Irelgov abriu um edital para o recebimento de projetos editoriais. Julia, que afirmou sempre estar mais próxima desse tipo de trabalho, tendo atuado em programas de desenvolvimento de leitura crítica em cidades-satélites de Brasília, percebeu que seria interessante demonstrar de forma mais estruturada as iniciativas e os casos de atuação e representação das entidades civis organizadas e conversou com Ângela a respeito do projeto.


“Quando a Julia me fez o convite, de colocar essa ideia no papel, fiquei super feliz pois, além de contribuir para uma iniciativa social, também vislumbrei a perspectiva de uma realização pessoal”, lembra Ângela.

Um dos primeiros especialistas a se juntar como voluntário do projeto foi Eduardo Galvão, idealizador da iniciativa Lobby Social. Ângela conta que a iniciativa conversa com a educação e capacitação de jovens profissionais e auxilia na legitimação da defesa de interesses, ou lobby como deve ser nomeado. Este foi, portanto, um dos momentos cruciais para definirem quais seriam os eixos temáticos e quem deveriam convidar para participar do livro.


Organizando o Povo no Poder


Identificar as pautas e verificar quais seriam os especialistas que teriam “match” com o projeto foi uma das etapas mais trabalhosas. Isso porque, como destacou Mariana, fazer uma obra coletiva e precisar delimitar os artigos, mesmo sabendo que existem outros temas que poderiam ser muito relevantes para a obra é um desafio.

A organizadora pontua que por não ser um edital de um assunto específico, a obra apresentava o potencial de se tornar um projeto bastante eclético, e mesmo após a avaliação prévia da organização, esses temas ainda deveriam passar por uma análise de metodologia do comitê científico. Esse processo acabou culminando no conhecimento de diversas iniciativas da área de lobby e advocacy, além de se tornar um aprendizado, de acordo com Julia.


“Eu nunca tinha organizado um livro. Iniciamos então com iniciativas que já conhecíamos, só que nisso o universo se abriu e passamos a conhecer várias iniciativas que antes não estavam no nosso radar.”, relembra Julia.

O Advocacy Hub é uma dessas iniciativas que Julia cita durante a conversa e que se trata de um espaço dedicado à capacitação de entidades do terceiro setor na área de advocacy. Além de terem o desejo de conhecer e divulgar ainda mais outros projetos, as organizadoras afirmaram que gostariam de ter dado mais ênfase às questões de Big Data e a todo o contexto de digitalização, e como isso dificulta ou democratiza o acesso a instrumentos e ferramentas de relações com o governo.

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A efetividade do diálogo na construção de pontes


Raphael recorda que por volta da década de 1990, era comum observar o crescimento no surgimento de organizações do terceiro setor. Depois, nos anos 2000, houve um resfriamento desse movimento, e agora parece que novamente é possível ver esse anseio de tratar de temas estando fora do ambiente do Estado e também do setor privado.


Em relação ao crescimento do terceiro setor, Julia acredita que sim, que esses espaços cresceram. Ela comenta que o livro cumpre também com o papel de resgatar, em uma revisão bibliográfica, a discussão sobre o que significa este conceito. Nesse sentido, seja como uma associação ou uma entidade de classe, devemos nos perguntar se uma organização não governamental (ONG), se posiciona a fim de legitimar um debate.

Frentes parlamentares, como a frente parlamentar ambientalista, por exemplo, tem uma atuação muito baseada no trabalho junto com ONGs, comenta Julia. Ela também cita que no início desse ano, vimos uma quantidade de conselhos que foram reativados e também a criação de assessorias especiais, de participação social e diversidade dentro de todos os órgãos do governo federal.


“Claro, é muito cedo ainda para afirmar se isso está trazendo alguma efetividade maior ou qualidade para a formulação de políticas públicas. Mas me parece que esses espaços estão aparecendo de forma mais estruturada do que era no passado.” afirma Julia.

Mariana ressalta que o terceiro setor pode ser entendido como um grupo de pessoas que se juntaram e decidiram fazer alguma coisa em relação a um determinado assunto.

“Eu acho que o trabalho em relações governamentais é justamente você ter uma situação e você querer chegar em uma diferente. Seja em relação a uma norma que já existe, que você quer que seja alterada, seja em relação a uma coisa que não existe, que você quer que exista.”, pontua Mariana.

Essa situação, de fazer existir algo que não existe, é retratado em um dos casos abordados na obra, em que um grupo de mulheres se reuniu em prol da construção de uma regulamentação, junto à Anvisa, com o objetivo de aumentar a quantidade de informações no rótulo dos alimentos para que seus filhos com alergia alimentar pudessem ser mais facilmente protegidos.

Ao final da conversa, as organizadoras ainda falaram sobre a escolha do título do livro, revelaram como foi feita a capa e deram dicas para quem está iniciando na área, lembrando que é essencial construir relacionamentos, desenvolver habilidades de comunicação e entender um pouco qual é o tipo de carreira que você quer desenvolver para correr atrás de conhecimentos mais aprofundados.

O livro “O Povo no Poder” pode ser adquirido por meio deste link.

Para assistir ao evento completo, faça a sua inscrição gratuita e seja membro da Comunidade Inteligov, principal comunidade de RIG do país! Além de acessar todos os eventos anteriores, você poderá criar conexões e participar dos próximos eventos. Contamos com a sua presença!


Foto e descrição da autora do artigo

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