top of page

Eleições das Mesas Diretoras do Congresso Nacional: o que esperar da nova legislatura?

Foto do escritor: Anna Carolina RomanoAnna Carolina Romano
Título do artigo ao lado de uma foto de Congresso Nacional onde parlamentares estão em pé com as mãos levantandas

A importância das eleições das Mesas Diretoras do Congresso Nacional


No próximo dia 1º de fevereiro de 2025, a política brasileira volta seus olhos para a Câmara dos Deputados e do Senado Federal, onde ocorrem as eleições para as Mesas Diretoras do Congresso Nacional. 


O pleito definirá os novos presidentes de ambas as Casas Legislativas, cargos de extrema relevância para a condução dos trabalhos parlamentares e para a interlocução com o Poder Executivo. Trata-se de um momento decisivo que influencia não apenas o ritmo da tramitação de projetos de lei, mas também o próprio direcionamento das políticas nacionais.


O sistema de escolha segue um modelo tradicional: deputados e senadores elegem seus respectivos presidentes e demais integrantes das Mesas Diretoras por meio de voto secreto. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa obter a maioria absoluta dos votos, enquanto no segundo turno basta a maioria simples.


Além do poder de definir a pauta legislativa, os presidentes exercem papel estratégico na relação entre os Três Poderes, podendo acelerar ou barrar o andamento de matérias de grande impacto.


Rodrigo Pacheco e Arthur Lira sentados em mesa do Congresso Nacional conversando
Atuais presidentes do Congresso Nacional: Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. Créditos: Lula Marques/Agência Brasil

Os candidatos e as disputas pela presidência da Câmara e do Senado


Na Câmara dos Deputados, três nomes se apresentam para suceder Arthur Lira (PP-AL), que encerra seu segundo mandato à frente da Casa. Hugo Motta (Republicanos-PB) desponta como favorito, respaldado por uma ampla coalizão partidária que inclui siglas de espectros políticos distintos, como PL, PT, MDB e PSD. 


Sua candidatura representa uma continuidade da linha de articulação estabelecida por Lira, caracterizada pela pragmática distribuição de cargos e pelo controle sobre o orçamento das emendas parlamentares. 


Em oposição ao favoritismo de Motta, surge a candidatura de Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que, embora com menor apoio político, busca se consolidar como uma voz alternativa, defendendo pautas progressistas e questionando a concentração de poder no centrão. 


Também na disputa, Marcel van Hattem (NOVO-RS), que se apresenta como uma figura de oposição ao governo, mas com pouca viabilidade eleitoral diante do reduzido apoio partidário.


No Senado Federal, a disputa se desenha com menor imprevisibilidade. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) surge como principal candidato para substituir Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ex-presidente da Casa entre 2019 e 2021, Alcolumbre é conhecido por sua capacidade de articulação nos bastidores, tendo conseguido reunir apoio de partidos de centro e centro-direita, além de manter uma relação equilibrada com o governo federal. 


Outros candidatos, como Marcos Pontes (PL-SP), Marcos do Val (Podemos-ES), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eduardo Girão (Novo-CE), tentam viabilizar seus nomes, mas enfrentam dificuldades para angariar apoios expressivos.


Banner da plataforma Inteligov
Clique aqui e conheça as nossas soluções!

O impacto das novas lideranças na agenda legislativa


Para compreender o impacto dessas eleições, é fundamental analisar o legado dos presidentes que estão deixando seus postos. Na Câmara, Arthur Lira foi um protagonista incontestável. Durante sua gestão, consolidou um modelo de governança baseado no controle do orçamento impositivo e na negociação com bancadas de diferentes espectros ideológicos. 


Sob sua liderança, pautas como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal foram aprovadas, mas também houve críticas sobre a excessiva centralização de poder na presidência da Casa, além de questionamentos sobre o uso das emendas parlamentares como moeda de troca política.


No Senado, Rodrigo Pacheco teve um mandato marcado pela tentativa de equilibrar pressões políticas diversas. Atuou para barrar alguns avanços mais radicais da agenda governista, ao mesmo tempo em que buscou manter a estabilidade institucional. 


No entanto, críticos apontam que sua postura foi excessivamente moderada, evitando enfrentamentos diretos e deixando de impulsionar reformas estruturais mais profundas. Seu papel foi relevante para evitar crises institucionais, mas a percepção de um Senado menos ativo na definição de pautas estruturantes ficou latente.


Diante desse cenário, o que se pode esperar da nova legislatura?


O perfil dos prováveis eleitos sinaliza uma continuidade das práticas de articulação política tradicional, com a manutenção do pragmatismo na distribuição de cargos e na definição de prioridades legislativas. 


Parlamentares de terno em pé, cumprimentando Davi Alcolumbre que está sentado
Candidato à presidência do Senado, Davi Alcolumbre. Créditos: Fotos Públicas

Contudo, o novo biênio legislativo também traz desafios inadiáveis. Com uma conjuntura econômica que exige ajustes fiscais, um ambiente político polarizado e a aproximação das eleições presidenciais de 2026, os novos presidentes da Câmara e do Senado precisarão definir com habilidade suas estratégias de condução.


Hugo Motta, caso eleito, terá de lidar com um Congresso fragmentado e com demandas crescentes por maior transparência na execução orçamentária. Alcolumbre, por sua vez, poderá retomar um papel mais ativo na articulação política do Senado, mas precisando equilibrar sua atuação entre os interesses do governo e da oposição. 


Independentemente dos resultados, os desdobramentos dessas eleições terão impactos significativos na agenda do país, influenciando decisões sobre reformas estruturais, a tramitação de projetos sensíveis e a relação entre Legislativo e Executivo.


O Congresso Nacional, além de ser o espaço de formulação de políticas públicas, é também um reflexo das dinâmicas de poder que regem a política brasileira. Assim, acompanhar as eleições das Mesas Diretoras não é apenas um exercício de observação política, mas uma necessidade para compreender os rumos que o país tomará nos próximos anos. 


Novo Congresso, novas decisões: esteja preparado com a Inteligov


A eleição das Mesas Diretoras marca o início de um novo ciclo no Congresso Nacional, trazendo mudanças que moldarão o ano legislativo. Com decisões estratégicas em pauta, acompanhar de perto esse cenário será essencial.


Além disso, organizações bem preparadas terão a oportunidade de atuar de forma assertiva na definição de propostas que impactam diretamente seus interesses. A Inteligov é a plataforma ideal para te ajudar a identificar, com rapidez e precisão, as pautas que exigem sua atenção. 



Banner com a foto da autora do artigo e mini bio profissional

bottom of page