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Home office: teletrabalho em tempos de pandemia

Atualizado: 24 de fev. de 2023

Em abril, falamos por aqui sobre como a pandemia catalisou a adoção de tecnologias no mundo do trabalho. Hoje, trazemos algumas novidades com mais de três meses dessa nova realidade.


Com a pandemia do novo coronavírus houve um terremoto de proporções extraordinárias, de forma muito acelerada. Em todas as áreas de trabalho intelectual – da advocacia à medicina – houve uma aceleração imprevista da possibilidade de realizar as atividades de forma remota.


Para isso, foi necessária uma adesão em massa às tecnologias da informação, inclusive por profissionais que resistiam de certo forma à adoção dessas tecnologias. Isso implicou desde o uso frequente de plataformas de videoconferência como Zoom, Google Meet e Microsoft Teams, até na incorporação ao dia a dia de plataformas específicas para telemedicina, como aplicativos de receitas médicas.


Conforme matéria da Agência Brasil, um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que, até abril deste ano, 59 países adotaram a alternativa do teletrabalho. O Escritório de Estatísticas do Reino Unido estimou em 30% as atividades que poderiam ser feitas de casa.


Já um estudo dos pesquisadores Jonathan Dingel e Brent Neiman, da Universidade de Chicago, publicado em junho indicou que 37% das ocupações nos Estados Unidos poderiam ser feitas de maneira totalmente remota. O mesmo paper notou algo que nos parece claro, o aprofundamento do fosso da desigualdade no mundo do trabalho. Essas ocupações têm salários maiores e são 46% do total de empregos nos EUA.


Ainda de acordo com Dingel e Neiman, aplicando os mesmos critérios que utilizaram a 85 países, os de menor renda também têm a menor parcela das ocupações que podem ser desenvolvidas remotamente.


O home office no Brasil

Aqui no Brasil, uma estimativa da CNC – Confederação Nacional do Comércio – mostra que, durante a pandemia, o teletrabalho cresceu cerca de 30%.


No mesmo estudo da Universidade de Chicago, o Brasil ocupou a 47ª posição, com um percentual de 25,7% de teletrabalho. Na adequação desse trabalho para o Brasil, utilizando a COD, constatamos que 22,7% dos empregos no Brasil podem ser realizados inteiramente em casa, com variações significativas entre as diferentes Unidades da Federação (UFs) e os tipos de atividades ocupacionais.


Um levantamento da Catho, divulgado pela Agência Brasil, empresa de recrutamento e gestão de recursos humanos, aumentou a oferta de vagas de postos cuja atuação pode ser feita remotamente, como operador de call center (2.015%), consultor de relacionamento (845%), analista de atendimento (127%) e programadores web (55%).


Em sua carta de conjuntura para o segundo trimestre de 2020, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA divulgou uma análise feita com a mesma metodologia adotada pelos pesquisadores de Chicago.


Segundo o estudo, pelas características do mercado de trabalho do Brasil, o país tem na média, um percentual de pessoas em potencial de teletrabalho de cerca de 22,7%, que corresponde a 20,8 milhões de pessoas.


O estudo também evidenciou ainda mais as desigualdades regionais do mercado de trabalho brasileiro. O estado de São Paulo é o que tem maior percentual de teletrabalho (31,6%) em torno de 450 mil pessoas. O estado do Piauí é o que apresenta o menor percentual em teletrabalho (15,6%), ou seja, em torno de 192 mil pessoas poderiam potencialmente estar em trabalhando remotamente.

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