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  • Foto do escritorAnna Carolina Romano

A Importância da Geopolítica nas Relações Governamentais



Vivemos em um mundo interconectado, onde diversas variáveis podem impactar as relações econômicas, culturais e políticas entre diferentes países. Portanto, compreender as dinâmicas geopolíticas é essencial para os profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG). Assim, poderão moldar estratégias, identificar oportunidades e vencer os desafios do cenário internacional.

Neste artigo, vamos explorar a relação entre a geopolítica e as relações governamentais, o cenário geopolítico no Brasil e o papel das organizações internacionais.

A interação entre a geopolítica e as relações governamentais


A geopolítica é um campo de estudo que analisa a interação entre o espaço geográfico e os assuntos políticos, econômicos e sociais. Ela desempenha um papel crucial na condução das relações governamentais ao redor do mundo.

Em primeiro lugar, a geopolítica fornece um quadro estratégico para os governos entenderem a distribuição de poder e recursos globais. Esses estudos servem para examinar fatores como localização geográfica, fronteiras, recursos naturais e características físicas de um país ou região.

A partir desses elementos, é possível determinar a posição e a influência de um país na arena internacional. Isso faz com que seja mais fácil moldar suas políticas externas e suas relações com outros governos. Além disso, a geopolítica desempenha um papel fundamental na determinação das alianças e parcerias entre os governos.

Ou seja, os interesses estratégicos e geoeconômicos podem aproximar ou distanciar nações. Por exemplo, países que compartilham fronteiras ou têm recursos complementares podem estabelecer acordos de cooperação para promover o desenvolvimento mútuo.

Então, na prática, a compreensão da geopolítica é crucial para os profissionais de RIG, pois ela permite identificar e antecipar as motivações e interesses dos diferentes atores geopolíticos. Ao considerar a geografia, os recursos e as estratégias das nações, é possível estabelecer parcerias, mitigar conflitos e promover os interesses nacionais.

Já há algumas décadas, a maior complexidade do cenário político global e o crescimento dos mercados emergentes, impulsionados pelo processo de globalização, passaram a afetar diretamente companhias do mundo todo.

Por isso, as organizações se viram obrigadas a fortalecer as relações estabelecidas com diferentes governos, a fim de solucionar questões legais e regulatórias. E, uma das maneiras mais eficazes de atuar na mitigação desses riscos é por meio das relações governamentais.

No entanto, para que sejam bem sucedidos, é fundamental que os profissionais de relações governamentais estabeleçam interações com entidades que também atuem fora das esferas governamentais.

Dessa forma, é possível ampliar a defesa de interesses para diferentes stakeholders, cujas decisões podem impactar diferentes mercados, nacionais e internacionais. Para além de órgãos do governo, a atenção desses profissionais deve estar focada em fornecedores, sindicatos, imprensa, clientes e associações.

Como exemplo, um dos temas recentes mais discutidos por profissionais de relações governamentais, e que pode causar um impacto importante para o Brasil no cenário global, é a regulamentação do lobby no país.

O papel das organizações internacionais na geopolítica


As organizações internacionais são estruturas criadas por meio de acordos e tratados entre países para promover a cooperação, facilitar o diálogo e abordar questões de interesse comum.

Por meio de reuniões com representantes de cada país membro, as organizações internacionais podem atuar no monitoramento de resolução de conflitos, cumprimento de acordos, além de contribuírem para o desenvolvimento mundial.

Existem várias organizações e grupos de países que se reúnem para discutir os cenários globais e colaborar em questões de interesse mútuo. Alguns dos principais grupos são:

  • Organização das Nações Unidas (ONU): A ONU é a organização internacional mais ampla e abrangente, composta por 193 países membros. Através da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, a ONU aborda uma ampla gama de questões globais, como paz e segurança, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional.

  • União Europeia (UE): A UE é uma união política e econômica composta por 27 países membros, localizados principalmente na Europa. Os líderes da UE se reúnem regularmente para discutir questões relacionadas à governança da União Europeia, políticas comuns e relações externas.

  • G20: O Grupo dos Vinte é composto pelas principais economias desenvolvidas e emergentes do mundo. Além dos membros do G7, inclui também a União Europeia e países como Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul e outros. O G20 se reúne anualmente para discutir questões econômicas, financeiras e de desenvolvimento global.

  • BRICS: O grupo BRICS é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Essas economias emergentes se reúnem regularmente para discutir questões econômicas, políticas e de cooperação entre si.

  • Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): A OCDE é uma organização composta por 38 países membros, que visa promover políticas econômicas e sociais para melhorar o bem-estar dos países membros e da comunidade global. A OCDE realiza reuniões regulares para discutir uma ampla gama de questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e social.

  • G7: O Grupo dos Sete é composto pelos sete países mais industrializados do mundo: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. Os líderes dessas nações se reúnem anualmente para discutir questões econômicas, políticas e de segurança global.

Esses são apenas alguns exemplos dos grupos de países que se reúnem para discutir cenários globais. Existem também outras organizações regionais, grupos de cooperação econômica e políticas, bem como fóruns multilaterais que tratam de questões específicas, como comércio internacional, segurança, direitos humanos e objetivos sustentáveis para diversos países.

O cenário geopolítico no Brasil


O Brasil, como uma das maiores economias e potências regionais, e terceiro maior produtor de alimentos do mundo, está imerso em um cenário geopolítico dinâmico e desafiador. Sua posição geográfica estratégica na América do Sul, com extensas fronteiras e vastos recursos naturais, influencia diretamente suas relações governamentais e suas políticas externas.

No contexto regional, o Brasil busca consolidar sua liderança sul-americana, promovendo a integração e a cooperação com os países vizinhos. A diplomacia brasileira tem buscado fortalecer organizações regionais, como o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), para impulsionar o desenvolvimento econômico e a estabilidade política na região.

Ademais, o governo brasileiro também tem buscado expandir seus horizontes para além das fronteiras regionais, buscando uma presença global mais significativa. Isso revela uma agenda internacional focada em estreitar laços com parceiros estratégicos.

Somente nos primeiros 100 dias de governo, o presidente da República se reuniu com lideranças dos Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Japão e Ucrânia, demonstrando um esforço em ampliar sua influência no cenário internacional.

Os desafios também fazem parte do cenário geopolítico brasileiro. Questões como a preservação da Amazônia, a gestão dos recursos naturais, as disputas territoriais e as tensões políticas internas afetam a posição e a imagem do Brasil no âmbito internacional.

Lidar com esses desafios requer uma análise cuidadosa da geopolítica e uma abordagem estratégica para garantir os interesses nacionais e promover relações governamentais eficazes.

Para que você esteja sempre por dentro das decisões governamentais que afetam as relações internacionais, a Inteligov monitora todas as movimentações políticas que você precisa acompanhar.






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