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  • Foto do escritorAnna Carolina Romano

Formação em RIG: Mercado, desafios e oportunidades




A Comunidade Inteligov, principal comunidade de relações institucionais e governamentais (RIG) do país, realizou um evento online para tratar sobre o tema “Formação em RIG: Mercado, desafios e oportunidades”.

Para contextualizar a importância crescente de RIG - área que desempenha um papel crítico na interface entre empresas, organizações da sociedade civil e governos, moldando políticas públicas, influenciando decisões estratégicas e impulsionando o desenvolvimento sustentável -, a Comunidade recebeu um dos nomes mais influentes e experientes no ramo: Rodrigo Navarro.

Navarro conta com mais de 30 anos de experiência no setor e é reconhecido por ser um dos idealizadores do primeiro MBA em relações governamentais do Brasil. Além disso, também é especialista em estratégia e desenvolvimento de negócios, com atuação junto a governos, mídia, grupos de interesse, ONGs, entidades setoriais e indústrias.

Também é professor e criador do anuário Origem (que identifica os profissionais de RIG mais admirados do país e da América Latina), presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) e conselheiro da presidência da república no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS).

Em uma conversa bastante esclarecedora, em um diálogo conduzido por Raphael Caldas, fundador e CEO da Inteligov, Rodrigo Navarro compartilhou insights valiosos sobre sua carreira, a evolução da área de RIG ao longo dos anos e o papel fundamental que a educação desempenha na formação de profissionais de sucesso.

Durante o evento, Navarro também destacou como a formação em RIG pode abrir portas para uma carreira bem sucedida e como o Anuário Origem continua a influenciar positivamente o setor, com dados e informações que podem contribuir para a implementação de medidas que reforçam o desenvolvimento dos departamentos de relações governamentais.

Carreira e formação em RIG


Em 1990, Navarro começou a estagiar na Xerox do Brasil. Ele explica que ao chegar para se aplicar à vaga, ficou sabendo que o estágio era para a área de RIG. Na época, ele não tinha conhecimento sobre o assunto, mas hoje entende que iniciar cedo, e em uma empresa que já via a importância das relações governamentais na tomada de decisão, foi um passo importante para que ele se destacasse nesse mercado.


Para os profissionais que desejam aprimorar os seus conhecimentos em RIG, Navarro sugere que a atuação seja a mais diversificada possível, no que se refere ao setor da empresa escolhida, pois isso vai incrementar o conhecimento sobre as situações enfrentadas por cada segmento.

Trabalhei em empresas do segmento do tabaco, celulares, setor de duas e quatro rodas, atuei em consultoria. Isso me trouxe muito aprendizado para entender os desafios e as necessidades da área.”, pontua Navarro.

O início da carreira como professor veio nos anos 2000, quando foi convidado para integrar o time docente da Fundação Getulio Vargas (FGV), onde Navarro teve a oportunidade de ministrar aulas em diversos MBAs da instituição.

Após doze anos, enquanto fazia um curso de negociação em Harvard, teve a ideia e começou a arquitetar o MBA da FGV, voltado especificamente para relações governamentais. A estruturação do projeto durou cerca de três anos, e em 2015, a primeira turma iniciou o curso em Brasília, um marco para o contexto acadêmico do setor.

Com o objetivo de formular um curso que pudesse orientar sobre quais as competências seriam fundamentais para o currículo de um profissional de RIG, Navarro passou a se perguntar quais eram as habilidades necessárias para obter bons resultados na área.

O professor ilustrou diversas situações em que os profissionais de RIG precisam estar atualizados sobre temas que são inerentes à atividade de negociações com o governo, como por exemplo comércio exterior e reforma tributária.

Isso quer dizer que a atuação na área de RIG é multidisciplinar, assim como a necessidade de conhecimento e capacidade de aprendizado.

É preciso ser um generalista em especialidades. Ou um especialista em generalidades”, destaca Navarro.

Ao conhecimento específico de RIG é necessário somar conhecimento sobre a organização que o profissional atua, e do setor que a organização está inserida, afirma o professor.


As oportunidades das relações governamentais


Quando questionado por Caldas sobre as oportunidades da área, Navarro explica que é um mercado que está em pleno desenvolvimento.

De acordo com dados obtidos pelas pesquisas realizadas para compor o anuário Origem, os departamentos de relações governamentais mostraram crescimento em suas equipes, nos últimos anos. Segundo Navarro, times de até três pessoas têm diminuído, dando lugar para equipes com seis ou mais integrantes.

Há alguns anos atrás, era comum ter uma pessoa apenas de relações governamentais em Brasília, lidando com as negociações em nome da empresa. No entanto, muitas vezes, essa pessoa estava mais distante, mais desconectada das outras áreas.

Nesse sentido, Navarro explica que é de suma importância que o profissional de relações governamentais esteja envolvido com as áreas estratégicas da organização e que comunique o seu trabalho.

Outro fator que pode abrir portas para o desenvolvimento da área são os novos negócios que estão surgindo, principalmente em decorrência dos avanços tecnológicos. Será cada vez mais necessário um olhar apurado para a adequação e criação de ambientes regulatórios, o que pode impulsionar a contratação dos profissionais de RIG.

Navarro também chama a atenção para as externalidades, como por exemplo a guerra da Rússia ou a pandemia de Covid-19. São situações extremas em que é revelada a necessidade de contar com profissionais altamente capacitados para lidar com essas situações de risco político e regulatório.

Reconhecimento de profissionais: o anuário Origem


Em 2018, Navarro percebeu que a área de RIG ainda enfrentava uma dificuldade: a identificação dos profissionais que comandavam os departamentos de relações governamentais, e como essas atividades estavam organizadas no país.

Foi então que idealizou o anuário Origem, inspirado em anuários de outras áreas, como a jurídica, que mostra quem é quem no ambiente corporativo. Lançada em 2019, a publicação foi muito bem recebida pelo mercado e, neste ano, completará a sua 5ª edição em novembro.

O anuário também é reconhecido por ser o único a identificar as lideranças da área de relações governamentais na América Latina, desde a edição anterior, de 2022. Hoje são mais de 500 nomes identificados no Brasil e 100 na América Latina.

Além de reconhecer os profissionais mais admirados da área, Navarro afirma que o anuário também veio para desmistificar a atividade do lobby e demonstrar que a defesa de interesses ocorre nos mais diversos segmentos.

O levantamento reúne dados comparativos, de ano a ano, para que seja possível observar quais são as tendências que ganharam ou perderam relevância. As informações são fornecidas pelos próprios profissionais, resultando em um material de consulta sobre os principais indicadores da área de RIG.

Para conferir as informações sobre o lançamento da próxima edição do Origem, acesse o site aqui.

O vídeo completo do evento com Rodrigo Navarro está disponível neste link.




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