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Empreendedorismo corporativo: como inovar em grandes corporações

Atualizado: 14 de fev. de 2023

O empreendedorismo no Brasil tem ganhado cada vez mais espaço. No último ano, o país atingiu a taxa de 38,7% de empreendedores. De acordo com dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) estima-se que 53,5 milhões de brasileiros, com idades entre 18 e 64 anos, estejam à frente de alguma atividade empreendedora, seja na criação ou consolidação de um negócio. A ideia de dar vida a uma companhia, física ou digital, no entanto, é apenas uma das modalidades possíveis, sendo o empreendedorismo corporativo uma realidade de grande importância já vivenciada por muitas empresas.


Conhecido também como intraempreendedorismo, o empreendedorismo corporativo pode ser compreendido como a prática de empreender dentro de um negócio já existente, com o objetivo de buscar soluções, desenvolver novos produtos e serviços e aprimorar processos, por exemplo, visando a maximização de resultados, a fim de gerar valor para a companhia. Para que isso seja possível é necessário que o conceito faça parte da cultura organizacional da empresa e seja amplamente difundido entre os colaboradores, de modo que o estímulo à criação e elaboração de ideias capazes de transformar o modelo de negócio sejam uma constante para os funcionários.


Ao possibilitar que o colaborador comum, sem necessariamente ter um cargo de liderança, se aproprie do negócio como se fosse responsável por ele, e a partir disso tenha liberdade para propor soluções, desenvolver estratégias e criar caminhos para a geração de valor, a empresa passa por um importante processo de adoção de riscos que poderão ser convertidos em resultados significativos. Isso porque a essência do intraempreendedorismo é composta pela inovação e a possibilidade de testar novas ferramentas e ideias que possam acarretar melhorias e o aprimoramento da performance dos envolvidos e da empresa como um todo.


A importância do empreendedorismo corporativo

O intraempreendedorismo traz às companhias inúmeros benefícios em relação às soluções inovadoras que podem ser criadas para o aperfeiçoamento de produtos e serviços, a estruturação de processos, o aumento na receita e a posição no mercado. Mas, mais do que isso, o modelo também fornece vantagens organizacionais, assim como o fortalecimento e a continuidade de lideranças.


Nesse sentido, essa abordagem permite a renovação interna, possibilitando a revisão do modelo de negócio, mudanças em todo o sistema ao trazer otimização e permitir o reconhecimento da melhor alocação de recursos, além da implementação de inovações e adoção de tecnologias em processos de desenvolvimento e até mesmo no âmbito administrativo.


Com a prática e a abertura de espaço para que colaboradores possam se sentir pertencentes à empresa e, consequentemente, confortáveis para sugerir e criar, é possível destacar benefícios como o aumento da colaboração e engajamento, o ganho de produtividade, uma vez que os funcionários motivados se sentem valiosos e tendem a aumentar esforços, a retenção de talentos e a redução de custos à medida em que pequenas inovações são desenvolvidas para melhorar os processos, tornando-os mais rápidos e eficazes.


Sendo assim, o empreendedorismo corporativo confere às companhias a chance de gerar vantagens competitivas no mercado, bem como o fomento ao crescimento individual e coletivo ao apoiar, incentivar e envolver colaboradores em processos que tenham a inovação como o cerne de suas atividades, fornecendo um ambiente seguro e acolhedor para o pensamento e a ação empreendedora. Dessa forma, mais do que permitir o aproveitamento máximo de oportunidades essenciais ao negócio, esse modelo de empreendedorismo permite, ainda, o estreitamento de laços entre os profissionais e a empresa.


Os desafios do empreendedorismo corporativo

Absolutamente comum, sobretudo às grandes corporações, uma das maiores dificuldades de implementar o intraempreendedorismo se dá justamente pela cultura organizacional de companhias que, tradicionalmente, se opõem quanto a assumir riscos – impedindo a inovação por parte de líderes e equipes.


Sendo ponto chave para a prática do empreendedorismo corporativo, a inovação permite que a empresa acompanhe, também, as tendências do mercado e se adapte conforme necessário, sendo determinante para o sucesso de organizações.


Um exemplo bastante conhecido, em que a falta de incentivo à criação de soluções inovadoras levou uma importante empresa à falência, pode ser observado no caso da Kodak. Detentora da maior fatia do mercado em sua área de atuação, a Kodak, no final da década de 1970, era responsável por 90% das vendas de filmes e 85% pelo comércio de câmeras nos Estados Unidos. Essa expressiva presença conferia à companhia um lucro de bilhões de dólares, além do reconhecimento como uma das companhias americanas mais valiosas.


O mercado dominado pela gigante da fotografia continuou crescendo. As novas tecnologias trouxeram novos produtos, como as câmeras digitais, e criaram consumidores cada vez mais exigentes. A aposta feita pela Kodak, no entanto, na contramão do consumo, insistia na venda de rolos de filmes diante da crença de que produtos digitais seriam apreciados de maneira temporária.


Para tentar acompanhar uma parte do mercado, a empresa trabalhou em câmeras digitais de modo secundário, criando um nicho de produtos, mas sem grandes incentivos à inovação que o momento pedia. Na entrada dos anos 2000, a Kodak era a segunda colocada no mercado norte-americano para câmeras digitais, com 25%. Nos anos seguintes, a fatia da companhia caiu, chegando em 9,6% em 2007 até o período de falência em 2012.


Apesar de ter conseguido uma pequena recuperação, a Kodak viu todo o seu império cair pela falta de habilidade de investir em inovação e transformar o seu produto. Diante desse cenário, o empreendedorismo corporativo e, consequentemente, a busca por soluções inovadoras, se faz absolutamente necessário para que empresas possam ter sucesso e crescer de maneira sustentável.

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